quarta-feira, 26 de novembro de 2014

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Oi. Meu nome é Antonio, tenho 24 anos e estou na direção contrária do que a vida proporciona a maioria das pessoas. Mas antes de falar obre isso, preciso falar sobre o que acabou proporcionando toda essa tomada de decisão maluca e como eu apostei todas as minhas fichas numa vida melhor para mim, da maneira mas torta.

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Atualmente, estou morando com minha namorada, no qual vou chamar apenas de Little Girl. Estamos passando por um período de amadurecimento no nosso relacionamento no qual estamos conhecendo nossas verdadeiras faces. E a coisa está cada vez mais estranha. Não sei se sou carente demais ou ela que não suporta esse tipo de atitude. Mas essa mudança também tem haver bastante com ela, e eu confesso que um dos meus maiores medos é ser desiludido novamente (em outro post conto para vocês essa história).

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O ano de 2014 começou para mim normal, eu estava em um emprego numa conhecida firma. O salário não era tão bom assim, o horário também não. Mas eu gostava do local, fiz muitas amizades lá dentro, e também tive um entendimento maior sobre diversidade sexual (não da minha parte, pois ja namorava nessa época, mas conheci nesse trabalho alguns homossexuais assumidos e conheci um pouco das histórias deles. Foram as pessoas que mais fizeram gargalhar em toda minha vida). Porém, a distância da minha casa até o meu trabalho (26Km de ônibus lotado na ida e na volta) me fizeram repensar sobre a minha vida (além de alguns problemas internos da empresa) me  fizeram procurar outro emprego. E achei. Numa firma respeitadíssima da minha cidade, com salário melhor e horário um pouco mais flexível. Além de eu estar fazendo faculdade na área também, desde o começo deste mesmo ano. Parecia ser a felicidade em forma de trabalho e estudo, me formar, e trabalhar no que gosto. Mas não.

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O que era uma vida de correria e estudo, passou a ser um enorme inferno para mim. Pelo trabalho, ia para vários lugares diferentes e resolvia grande parte dos problemas dos clientes, mas essa sobrecarga me fez sentir que um dia eu não aguentaria toda essa loucura. Na faculdade, era falta atrás de falta, e não conseguia ajudar meus colegas na grande maioria dos frangalhos, e quando ajudava, na verdade eu atrapalhava totalmente e gerava muitos transtornos para o grupo.

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Não demorou muito para as pessoas ao meu redor perceberem os erros e me julgarem. Primeiro foi na faculdade, um dos meus colegas me disse, com todas as letras, que eu não estava fazendo nada e que assim não dava. No trabalho, os clientes começaram a reclamar sobre alguns procedimentos e vira e mexe aparecia um recado do meu chefe expressando insatisfação com as situações aplicadas. E o pior, ambos estavam com toda a razão!

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Esquisito que todas essas situações, em vez de me motivar para tentar derrubar essas barreiras, me afastaram cada vez mais  de ambas as atividades. Simplesmente parei a faculdade às vésperas da semana de provas final (e que eu talvez passaria tudo direto). Desisti, cansei. Cansei de atrapalhar e ser um estorvo para meu grupo. Senti que se eu não fizesse aquilo naquele momento, eu faria a faculdade mesmo me arrastando, e eu não quero isso, nunca quis estudar por obrigação. O que eu sempre procuro é fazer algo que me faça sentir vivo e orgulhoso de ter feito aquilo. O mais complicado era o trabalho. Todos meus colegas entrando em faculdade ou se formando e eu fazendo exatamente o contrário, e eu ainda não contei para nenhum deles que eu tinha largado os estudos. E faziam planos para a faculdade e perguntavam para mim como eu estava indo, e eu simplesmente dizia: "vou bem.". Nem todos os meus amigos sabem que eu saí, aliás. Eu não aguentava mais aquela carga de stress em cima de mim. Um amigo meu de infância me indicou numa outra firma, no qual vou ganhar a mesma coisa e vou trabalhar menos. Ontem foi meu primeiro dia, o ambiente é muito bom. Mas me sinto estranho, como se cada pessoa que soubesse o que fiz me desaprovasse a todo momento. E isso me atormenta todos os dias.

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